Ludopatia é o vício em jogos de azar e eletrônicos. Foi reconhecida como doença em 2018 pela Organização Mundial da Saúde, mas ganhou mais atenção nos últimos anos pela disseminação do “jogo do Tigrinho” nas redes sociais.
Assim
como qualquer outro tipo de vício, a Ludopatia é uma doença onde o individuo
desenvolve uma fissura pelo objeto em questão, ou seja, há um comportamento
obsessivo e disfuncional e, potencialmente, destrutivo relacionado aos jogos de
azar e/ou eletrônicos.
Importante ressaltar que os prejuízos para quem sofre de Ludopatia são muito mais amplos do que apenas o financeiro, pois acarreta alterações negativas nos âmbitos: familiares, sociais, físicos, profissionais e mentais.
Infelizmente,
a Ludopatia ainda é um tabu, pois a combinação de jogo e sorte existe há muito
tempo, sendo recentes os estudos sobre os efeitos negativos dessa prática. Como
dito mais acima, somente a partir de 2018 que esse vício ganhou destaque e se
tornou uma doença para a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quando o jogo deixa de ser diversão para ser uma doença?
Esse
tipo de questionamento é o que mais recebo nas consultas e, para responder a essa
pergunta, é necessário avaliar se o indivíduo consegue manter uma rotina
equilibrada lidando com suas outras responsabilidades. Ou seja, se o foco da
vida do sujeito passa a ser investir tempo, dinheiro e relacionamentos apenas
quando há o jogo envolvido, muito provavelmente essa pessoa está desenvolvendo
o transtorno.
Em
vários casos, o indivíduo vai perdendo contato com a realidade e passa a viver
apenas para o jogo, se afastando gradualmente de pessoas do seu ciclo social e
tendo cada vez mais dificuldade em perceber quando parar de jogar.
Estudos
sugerem haver três fatores fundamentais para o desenvolvimento do transtorno, que
atingem todas as classes sociais, mas que afetam significativamente mais
pessoas vulneráveis psicologicamente quanto socialmente:
1. O lucro
da aposta – achar que ganhará altas quantias de dinheiro com as apostas;
2. O estimulo
emocional que vem com o jogo – procurar sentir emoções intensas relacionadas às
áreas de prazer do cérebro.
3. O desafio
– o quanto a pessoa é estimulada a persistir naquela situação, mesmo perdendo.
Como é o tratamento?
Importante
deixar claro que essa avaliação e, consequentemente, o diagnóstico devem ser
feitos apenas por profissionais de saúde mental (psicólogos, neuropsicólogos ou
psiquiatras), pois assim como outros tipos de vícios (álcool e drogas), o
tratamento precisa ser multifatorial e acompanhado por um médico.
Os
critérios são analisados durante a consulta e devem ser persistentes, isso
significa que os comportamentos disfuncionais relacionados a esse transtorno,
devem estar acontecendo há algum tempo e somente um médico tem capacidade para
dar o diagnóstico!
Referências:
https://blog.cicloceap.com.br/jogo-patologico-diagnostico-teorias-e-tratamento/ (acesso dia 07/01/25)
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7991-jogos-de-azar-analise-do-impacto-psiquico-e-socio-familiar-do-jogo-patologico-a-partir-das-vivencias-do-jogador.pdf
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