Burnout e o excesso de trabalho

No mundo contemporâneo, a pressão incessante do trabalho, a competitividade exacerbada e a constante conectividade digital têm levado a uma epidemia silenciosa que assola os ambientes profissionais: o burnout. Este fenômeno, caracterizado pela exaustão física, mental e emocional, tem sido cada vez mais reconhecido como um grave problema de saúde pública e um desafio significativo para as organizações. Mas demonstra, sobretudo, nossa relação nada saudável com o trabalho e o produzir de forma geral.

Isso porque, vamos abdicando cada vez mais de nossa qualidade de vida, em prol de uma suposta
“responsabilidade profissional”, que nos leva a uma espiral cada vez maior de adoecimento.


cansaço causado pelo burnout
Representação do burnout

As causas do burnout são multifacetadas e variam de acordo com o contexto individual e organizacional, mas os principais geradores são: pressões excessivas de trabalho, longas horas, prazos apertados, falta de autonomia, falta de reconhecimento e recompensa, conflitos interpessoais e desequilíbrio entre vida pessoal e profissional são apenas algumas das muitas causas potenciais. 

Sempre percebo nos meus pacientes com essa demanda, que o problema começa quando eles passam a valorizar a entrega indiscriminada no trabalho e começam a ficar alienados ao restante de suas vidas. Eles vão deixando aos poucos outras áreas de suas vidas de lado, para focar naquilo que a empresa determina ser o essencial.


Não quero com isso, dizer que o trabalho não é importante ou que não precisamos nos dedicar profissionalmente, mas é necessário reflexão constante sobre nossas escolhas diárias, pois o impacto do burnout é profundo e abrangente, afetando não apenas o bem-estar individual, mas também a produtividade e a eficácia organizacional. Indivíduos afetados pelo burnout têm maior probabilidade de apresentar problemas de saúde física e mental, incluindo ansiedade, depressão, insônia, doenças cardiovasculares e comprometimento do sistema imunológico. Além disso, o burnout está associado a altas taxas de absenteísmo, rotatividade de funcionários, queda na qualidade do trabalho e diminuição da satisfação do cliente. Isso quer dizer, que aquele profissional que mais é irresponsável com a própria saúde, muito provavelmente não irá produzir tanto quanto gostaria.


Diante desse cenário preocupante, é imperativo que além das organizações reconhecerem a gravidade do problema e adotarem medidas proativas para prevenir e gerenciar o burnout. E nós, enquanto trabalhadores, devemos procurar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, adotando estratégias de autocuidado, estabelecendo limites saudáveis ​​e procurando apoio quando necessário.

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